segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Impessoal, mesmo que parcial, na dissertação do concurso


Você sabe quantas pessoas compareceriam a uma conferência das pessoas que querem saber a sua opinião? Talvez ninguém. Essa é uma das piadas recentes das redes sociais. Emitir a sua opinião é diferente de apresentar um ponto de vista ou defender um argumento. É isso que se espera de você. Que você diga o que pensa, sim, mas sem tornar o seu texto pessoal. "Eu penso", "acredito", "na minha opinião" são expressões dispensáveis numa redação para concurso. 
Dissertação impessoal no concurso público
Fonte: Internet

Você pode falar sobre escravidão ou na política de varejo sem personalizar a linguagem, sendo apenas mais assertivo. Ou seja, jamais diga: "tenho certeza de que a escravidão representou um período de grande atraso para o País". Tente apenas: "a escravidão representou uma época de atraso no Brasil, por representar uma exploração injustificada da mão-de-obra negra em benefício de uma elite minoritária do Brasil colonial", e por aí vai! Vejam outras dicas legais neste post!

Qual é a saída para ser impessoal e argumentativo? Veja abaixo: "Assim, expressões como “é fato”, “é óbvio”, “é notório”, “pensa-se”, “afirma-se”, “deve-se” ou “devemos”, “conclue-se”, “por fim” dentre tantas outras são valorizadas quando trata-se da dissertação – argumentativa, pois possuem um “tom racionalista do discurso argumentativo” (VIDON, 2012, p.425) . No livro Redação Linha a Linha, Thaís Nicoleti de Camargo (Editora Publifolha) diz que a defesa do argumento é feita por ideias, e não por expressões em primeira pessoa!

domingo, 30 de agosto de 2015

Papo de futuro: redação sobre as telecomunicações que queremos


As forças do mercado das telecomunicações, o modelo regulatório e o "boom" de celulares no Brasil, e o impacto que isso na na vida dos brasileiros. Temos como qualidade, universalização e o futuro das telecomunicações. Por que é preciso pensar na comunicação que queremos é o debate do programa Papo de Futuro sobre "A grande mania de celulares". Bom tema para uma redação de concurso! Minha sugestão: como deve ser o marco regulatório das telecomunicações no Brasil e o esperar no futuro!


Quando usar vírgula e travessão - redação para concurso


Por Jairo Luis Brod

O travessão substitui a vírgula?
Sim, e também os parênteses.

Exemplo:

a) O deputado por Santa Catarina, que está em seu primeiro mandato, fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado.

b) O deputado por Santa Catarina (que está em seu primeiro mandato) fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado.

c) O deputado por Santa Catarina -- que está em seu primeiro mandato -- fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado.

Existe alguma diferença no emprego das três opções? Sim e não. Não, porque as três formas gráficas sugerem pausa na afirmação que se seguirá ao sujeito da oração. Sim, pois cada uma dessas possibilidades carreia uma carga visual e expressiva bem diferentes entre si. Analisemos cada um desses respectivos pesos, mirando a sequência do exemplo recém-dado:

a) O deputado por Santa Catarina, que está em seu primeiro mandato, fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado. A pausa é quase imperceptível, tendo em vista que em termos gráficos a vírgula é de baixa visualização, confundindo-se com o texto integral.

b) O deputado por Santa Catarina (que está em seu primeiro mandato) fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado. Os parênteses também interrompem o fluxo da afirmação precedente, facilitando, mais do que a vírgula, a leitura escorreita do que lê, seja de forma silenciosa, seja em voz alta. O aspecto negativo é a poluição visual que esse recurso causa ao texto.

c) O deputado por Santa Catarina -- que está em seu primeiro mandato -- fez um veemente pronunciamento defendendo a suinocultura de seu estado. O travessão, dos recursos de interrupção da frase, é o mais explícito dos três, assegurando ampla repartição e melhor compreensão do segmento.

Outros exemplos:

a) A guerra civil sem tréguas que devasta a Síria, agravada dia a dia pela insensibilidade da comunidade internacional, já fez com que cerca de 3 milhões de refugiados procurassem abrigo em outros países.

b) A guerra civil sem tréguas que devasta a Síria (agravada dia a dia pela insensibilidade da comunidade internacional) já fez com que cerca de 3 milhões de refugiados procurassem abrigo em outros países.

c) A guerra civil sem tréguas que devasta a Síria -- agravada dia a dia pela insensibilidade da comunidade internacional -- já fez com que cerca de 3 milhões de refugiados procurassem abrigo em outros países.

Cabe vírgula depois de travessão? Ou este encampa aquele?
Sim, há casos em que a vírgula se faz necessária, e em outros, não – como no exemplo utilizado no item 1 acima. Nestes casos, o travessão substitui a vírgula. Em suma: usa-se a vírgula após o travessão quando a construção sintática englobar situações distintas.

Exemplos:

a) Ainda que a Seleção Brasileira esteja posicionada em quarto lugar como potência do futebol – segundo o mais recente ranking da Fifa --, a verdade é que nosso futebol já não encanta nem o mais fanático dos torcedores brasileiros.

Neste exemplo, os travessões marcaram o início e o fim do aposto (expressão explicativa da oração que o antecede), e a vírgula depois do segundo travessão marca o término da oração subordinada adverbial concessiva.

b) Tendo em vista que as oposições unificaram seu discurso no Parlamento Nacional – em maior grau na Câmara dos Deputados e em menor proporção no Senado Federal --, carece agora de fundamento a afirmação de que a imprensa constitui hoje voz solitária na defesa do pontos de vista que contradigam o Palácio do Planalto.

A oração explicativa foi interrompida pelo comentário adicional (um aposto) "em maior grau na Câmara dos Deputados e em menor proporção no Senado Federal", devendo, por isso, ser assinalada no texto por travessões. Na sequência, cabe uma vírgula depois do segundo travessão em função de ter que se especificar o final da oração explicativa que inicia todo o período. Reforçando, então: travessões para conter o aposto e vírgula para finalizar a oração explicativa.

Outros exemplos:

Apesar de os municípios constituírem o lócus em que as relações sociais e laborais de fato ocorrem – a União e os estados são entidades vaporosas que pertencem ao reino da abstração --, são eles que percebem a menor fatia dos recursos advindos do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Se as previsões da expectativa média de vida do brasileiro se confirmarem até 2030 – estudos oficiais estimam que os homens viverão naquela década em média 81 anos e as mulheres, 84 anos --, o atual Sistema Geral de Previdência Social terá que ser remodelado o mais rapidamente possível.

Todavia, não haverá vírgula depois do segundo travessão quando não houver nenhum incidente linguístico que interrompa o ritmo com que foi iniciado o período.

Exemplo:

Comer frutas e verduras variadas – segundo a Organização Mundial da Saúde – é um dos pressupostos básicos para a boa alimentação em todas as idades.

Nesse caso não cabe a concomitância do segundo travessão com a vírgula, tendo em vista que os travessões dão conta de dar legibilidade à frase. A vírgula é proibida, uma vez que, abstraindo-se a expressão adverbial conformativa "segundo a Organização Mundial de Saúde", teremos um sujeito oracional ("Comer frutas e verduras variadas") ligado diretamente ao seu predicado ("é um dos pressupostos básicos para a boa alimentação em todas as idades."). E como se sabe, é pecado mortal separar o sujeito de seu predicado.

Outros exemplos:

O Uruguai – uma pequena nação de menos de 4 milhões de almas – é uma potência futebolística comparável a países que têm 20 vezes mais habitantes do que nossos politizados, cultos e habilidosos vizinhos.

Não se pode dizer – nem mesmo em tom de brincadeira – que Millôr Fernandes não tenha sido também um grande filósofo.

Um homem sem hobbies – que seja o simples ato de fotografar a Natureza – tende a extravasar suas frustrações em momentos socialmente inadequados.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sem palavras - reflexões para um texto criativo

Dizer sem palavras. Há diversas formas de dizer: gestos, olhares, ações, omissões. As palavras são uma pequena dimensão do imenso universo da comunicação, e muitas vezes, é justamente a dimensão mais leviana. São como a ponta de um iceberg, existe muito mais ali embutido, sustentando toda a estrutura da sua mensagem.
Um teatro sem palavras pode parecer ainda mais surreal do que uma comunicação não verbal. E não se trata de um espetáculo de dança. A mensagem é transmitida sem palavras, por grunhidos, e não importa o que você entenda ou perceba, a mensagem é sua. Você irá construí-la a partir da sua experiência pessoal, e então, se identificará ou não com ela. Entender essa comunicação e como ela opera no núcleo do indivíduo ou do ambiente social é dos processos que nos ajudam a controlar melhor o que vamos dizer, como, e no que isso vai dar. É o sonho de todos nós: não devemos destruir ou construir castelos ou pântanos com as palavras. Ou com a mensagem que se quer.
O espetáculo “Irmãos de Sangue”, da companha Dos à deux, não fala. Ele grita uma mensagem de que o conflito entre famílias e pais e filhos, ou mães e filhos, pode prescindir de qualquer bom português. O espetáculo, feito de sons, efeitos sonoros e gemidos, é uma contundente demonstração de que comunicar é um desafio bem mais idiomático do que qualquer coisa: ele envolve dramas, limitações, sentimentos e sensações inomináveis. Sem palavras.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Papo de Futuro e o futuro do WhatsApp

Clique no link abaixo para descobrir como está a briga de bastidores no setor de telecomunicações no Brasil. O tema é atual e a argumentação é clara: ninguém segura a tecnologia! Este é o Papo de Futuro desta semana, sobre o futuro do WhatsApp. Ouça, comente, duvide, conteste! Acredite!

sábado, 22 de agosto de 2015

Causas e condições do agora - como manter o estudo e a mente no momento presente


Depois de um longo período entre muitas atribulações e algumas semanas de férias, estou de volta com algumas mensagens de otimismo, de motivação e de ensinamentos sobre como vencer o desafio de ser quem você é e de escrever como se não fosse você, sem as limitações, os medos, as meias-palavras que cercam a nossa vida. E nessa retomada, queria deixar uma mensagem de presente, ou seja, precisamos viver o aqui e o agora, e isso inclui todos os seus planos futuros, com pragmatismo ou sonhos, com ilusões e algumas derrotas no meio do caminho.
Orientada pelo professor Iraê Gomes, estou iniciando mais um curso de meditação, não apenas para acalmar a mente, mas para conhecer um pouco mais de mim. De tanto olhar para os outros, de quanto esperar pelo outros, ou tentar agradar a todos, acabamos nos conhecendo muito pouco.
Deparei-me com esta mensagem de Iraê, que ajuda muito em tempos de grandes desafios e ansiedade avassaladora. Focar no presente, no aqui e agora, neste minuto que já se foi, emendado por um minuto seguinte, é a forma mais inteligente de se viver. O budismo para mim ensina como um bom professor. Seguí-lo!


Sabedoria e meditação ajudam na prova do concurso

Causas e condições agora
Estamos com seis dias de estudo e prática do Dhamma. Algumas mudanças começam a ser percebidas. Deixe acontecer, deixe fluir...
Começamos a perceber em nós maior facilidade ou maior dificuldade para se estabelecer na prática e nos ensinamentos. É assim mesmo...
Tudo é resultante de causa e condições. Não existe nada no mundo condicionado que não esteja ligado a causas e condições. Precisamos saber lidar com isso.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Tema para redação de concurso - entre dois mundos das telecomunicações



Sair de férias pode ser uma aventura emocionante. Ou angustiante, dependendo do ponto de vista. O blog parou, e o meu acesso à internet também durante a minha parada para o descanso neste finado mês de julho. Não é nada confortável deixar milhares de leitores à espreita de uma notícia, mas querer estar conectado num País continental é um ilusão de inverno. Na coluna Papo de Futuro, transmitida hoje pela Rádio Câmara, eu comento como é a aventura de pegar a estrada e sair à caça de um sinal de internet. Uma aventura e tanto.
Confira! Final das férias e a rotina de dicas volta ao normal! Bem vindos!

Redação oficial - Por Jairo Luis Brod



Redação Oficial

Por Jairo Luis Brod



A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Art. 37 da Constituição Federal



É clássica a definição de que no serviço público é permitido praticar apenas os atos que estejam previstos expressamente em regulamento legal. Na iniciativa privada, ao contrário, o cidadão pode realizar quaisquer atos que não estejam vedados nas normas em vigor. Dos enunciados, decorre que a atividade pública é regulada em todas as suas minúcias, tanto em sua forma quanto em seu conteúdo. E isso se aplica não apenas aos textos das leis, decretos, portarias, etc., mas também a toda correspondência e forma de comunicação oficial, seja em nível interno, seja em nível externo.

A matéria está disciplinada pela Lei Complementar nº 95/1998 e pelo Manual de Redação da Presidência da República, editado em 1991 e atualizado em 2002. Atualizado, em termos, pois de lá para cá já se passaram 13 anos. Nesse intervalo de tempo, o "mundo velho sem porteira girou e a lusitana rodou diversas vezes", graças à avassaladora presença diária da Internet e das redes sociais. A troca de informações e comunicações em nível interpessoal, assim como no meio empresarial e no do serviço público, foi severamente influenciada por essas ferramentas.

Não obstante, até o presente momento, elas não foram devidamente reguladas, infringindo o princípio anunciado no início deste texto, de que na área pública só é permitido fazer o que está claramente definido em documento legal. Por essa razão, tanto o texto legal de 1998 quanto o Manual de 2002, aguardam a devida atualização para os céleres tempos digitais em que estamos todos imersos.

Por tabela, carece de atualização, também, o Manual de Redação da Câmara dos Deputados, que data de 2004, dois anos depois, portanto, do pai de todos, o da Presidência da República, de quem é caudatário em suas linhas gerais. Além disso, temos ainda na Casa, o Manual da Secom (Secretaria de Comunicação Social), lançado em 2004, e o Manual de Elaboração Legislativa, que é de 2002, de responsabilidade da Consultoria Legislativa.

Essa defasagem formal e temática também ocorre nos demais órgãos públicos. O TCU, a Advocacia-Geral da União, a Defensoria-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República se valem diretamente do Manual Redação da Presidência da República na produção de seus textos legais e administrativos. O Senado Federal possui o seu Manual de Elaboração de Textos (1999) e o Manual de Redação Parlamentar e Legislativa (2006).

Os três manuais da Câmara, ainda que inegavelmente úteis, confundem o seu consulente em muitos aspectos. Entre esses fatores, está a multiplicidade de fontes para a escritura de textos legais e administrativos, uma vez que eles tratam de temas concorrentes e, muitas vezes, desencontrados entre si. O ideal seria que os três guias fossem unificados - já dentro dos parâmetros da minirreforma ortográfica em vigor -, ensejando, assim, uma consulta mais rápida e eficaz. Com o objetivo de se evitar que a obra se transforme num calhamaço intimidador, deveriam ser eliminados os tópicos relativos à Gramática Normativa, facilmente acessíveis em dezenas de outras fontes, especialmente na Internet.

Com ou sem atualização e unificação, o novo manual que dali surgir deverá vir acompanhado de maciço programa de divulgação e treinamento entre todos os servidores, a fim de que sua aplicabilidade não venha a se constituir em mais um regulamento que "não pegou". Em aspectos cruciais, os compêndios em vigor também "não pegaram". Alguns desses quesitos estão ligados às características que orientam a linguagem oficial: a) impessoalidade; b) formalidade e uniformidade: c) clareza e precisão; d) concisão e harmonia.

São muito grandes, ainda, as resistências a esses requisitos redacionais, principalmente na Área Legislativa – Lideranças Partidárias e Gabinetes Parlamentares. Os parlamentares, por característica pessoal e profissional, utilizam no dia a dia uma forma de comunicação que colide frontalmente com os cânones da redação oficial. O político que visa à reeleição precisa ter um contato efetivo e afetivo com seu eleitorado, distante, portanto, da linguagem objetiva e fria da correspondência oficial.

A maioria dos gabinetes e das lideranças consideram "muito seca" a comunicação sugerida pelos mencionados manuais, insurgindo-se frequentemente ao que eles preconizam. Advogam, por isso, um tratamento menos cerimonioso em seus contatos oficiais com instituições e o público em geral. Em sua defesa, dizem que lidam com eleitores e não com cidadãos ou contribuintes.

Uma fotografia desse posicionamento pode ser obtida nos fechos das cartas e dos ofícios emitidos. Para essas situações, o que recomenda a redação oficial? Em nome do princípio da impessoalidade, deve-se escolher, de acordo com a escala hierárquica em que se enquadra o recebedor da correspondência, as seguintes saudações: "Atenciosamente, Cordialmente ou Respeitosamente".

Finalizando, a título de curiosidade e de comparação, vejamos abaixo os diversos tipos possíveis de conclusão em uma comunicação escrita (ou oral):

Linguagem coloquial: Valeu!

Linguagem da Internet: Vlw!

Linguagem Literária: Despeço-me com meus mais elevados preitos de agradecimento pela atenção dispensada a este escriba.

Linguagem rebuscada: Colho o ensejo para apresentar-lhe meus protestos de elevada estima e distinta consideração.

Linguagem político-eleitoral: Aceite, meu caro, meus votos de plena consideração, com a certeza de que estarei sempre a postos para oferecer-lhe a acolhida que se fizer necessária em suas eventuais dificuldades.

Linguagem oficial: Cordialmente, Atenciosamente ou Respeitosamente.