Desafio proposto nem
sempre é desafio aceito! Mas promessa é dívida paga! Aqui vão alguns
comentários sobre o post "É o balde ou é o êxodo".
Fizemos algumas
perguntas sobre técnicas usadas para tornar este texto criativo, interessante,
instigante, argumentativo e reflexivo. Dialogar com um texto é sempre uma das
melhores formas de aprender a ser mais do que um bom leitor! É preciso entender
o outro como forma de criar uma figura crível para si mesmo. Enfim, tudo na
vida é, antes de tudo, uma representação. Sobretudo, a realidade. Ela só existe
quando vivida dentro da sua perspectiva. Então ela se torna real para
você.
Algumas respostas
básicas nos dão dicas de como "apalpar" um texto. Sugiro que você leia primeiro
o texto, depois se aventure neste quebra-cabeça ao contrário. Quem tem, põe!
Quem não tem, é hora de começar…
1) Que tipo de
texto?
Em primeiro lugar, jornalístico, é claro! Porém, traz as seguintes características: coloquial, dissertativo e opinativo, que começa devagar e vai subindo, subindo, subindo… até te derrubar lá do alto, de uma vez, como um balão que estourou. Lembra a célebre frase: "o gato subiu no telhado..."
Em primeiro lugar, jornalístico, é claro! Porém, traz as seguintes características: coloquial, dissertativo e opinativo, que começa devagar e vai subindo, subindo, subindo… até te derrubar lá do alto, de uma vez, como um balão que estourou. Lembra a célebre frase: "o gato subiu no telhado..."
"O dia que não
haverá água… nem no dia seguinte… nem no dia seguinte ao dia
seguinte… nem nunca mais! Aterrorizante!
2) O que o torna
atraente?
É um texto figurativo,
cheio de metáforas.
"No fundo deste
buraco não há vazio, mas espelho."
"A população
encontrou-se só e com o monstro na sala."
3) Que técnicas de
convencimento?
Trata-se de um texto que se reforça pela repetição.
"Uma catástrofe
diante da catástrofe."
"Essa é a parte
aterrorizante: E é aterrorizante para além das vidas secas."
4) Como te envolve?
É um texto interativo! Papel
e caneta na mão. O texto pergunta:
"Quem somos nós? O
que fazermos (sem água)? E a criação?"
4) Como se diferencia?
É um texto recheado por
antíteses:
"a chuva cai e
parece que evapora…"
"se a realidade é
assustadora, também é interessante"
"o Brasil não é o
país do futuro, mas da fatalidade"
Ou paradoxos:
"a opção de se
mover, numa cidade que não se move…"
5) O que ele tem a
dizer?
Enumera seus argumentos e reconstrói o discurso:
1.
há saídas: "cada um assumir a sua
responsabilidade".
2.
olhar além: "é preciso mudar não
agora, mas para sempre".
3.
é preciso comunicar: "é preciso criar
a narrativa do que estamos vivendo".
4.
é preciso viver a realidade: "que a
negação seja dada à política e não há uma maneira psíquica de "já que
vamos morrer, que seja logo…"
Além da enumeração de argumentos, parte para o "alargamento dos horizontes", ao comparar a falta d'água
com a construção da usina de Belo Monte:
1.
impacto ambiental;
2.
comprometimento do clima;
3.
papel da Amazônia;
4.
relações interdependentes;
5.
os falsos argumentos;
6.
a irresponsabilidade pública;
7.
problemas sociais das hidroelétricas.
6) Como usa o poder das
palavras?
Em meio a frases de
ponderação e problematização, utiliza-se de expressões fortes.
É tragédia urbana, no teatro
do verbal:
1. o futuro chegou primeiro;
2. falos decaídos;
3.
seres trágicos;
4.
nenhum cidadão é inocente;
5.
o rei está nu;
6.
paralisia alienada;
7.
letargia institucionalizada;
8.
guerra da água;
9.
barbárie do individualismo.
7) Como quer ser
lembrado?
Como na avenida, a
apoteose é na despedida.
"O tempo de
despertar já passou. Agora é preciso acordar em pé."
Ponto final.
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