sábado, 21 de março de 2015

Da inscrição ao discurso de posse, a determinação nos concursos públicos





Há um ano, Débora Veloso Maffia era uma advogada de grande sucesso. Um ano depois, ela tornou-se uma das mais jovens consultoras legislativas a discursar para deputados na sua cerimônia de posse digna de chefe de Estado. Dona de uma trajetória meteórica rumo ao serviço público, Débora foi escolhida pela turma de novos empossados como “oradora” da turma, e, em seu discurso, destacou:
1)    a nobreza do momento;
2)    o tamanho da conquista;
3)    o agradecimento de quem chega;
4)    a consciência do desafio;
5)    a certeza de que não irá fracassar;
6)    os valores com que assume o cargo e a nova vida.
Este discurso abaixo, pronunciado por Débora, poderia ter diversos formatos, mas ela escolheu um estilo leve, despojado, com antíteses e adjetivos para tentar não apenas ser ouvida, mas emocionar a todos. E convencer de que ela não é apenas capaz, mas é a pessoa certa, no lugar certo! Foi um grande começo! Parabéns Débora pela determinação, a principal ferramenta que a trouxe até aqui. É de silêncio que é feita a vida dos consultores que assessoram os Parlamentares nas mais diversas áreas do conhecimento. Silêncio que se transforma em poesia nas mãos de quem fará da palavra a sua arte, a sua vida!
“Só que, mesmo mudos, ruidoso será o silêncio dos que não querem a glória pessoal, mas a glória de seu País.” 
Débora Veloso Maffia.

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Boa tarde a todos!
                  Encerrado o curso de formação na semana passada, posso dizer que este é o meu segundo dia de trabalho como consultora legislativa da Câmara dos Deputados. Estou aqui no Salão Nobre, que já recebeu tantos presidentes, tantos chefes de Estado, tantos intelectuais e já foi palco de momentos políticos históricos deste País. Estou a discursar numa tribuna, em frente a uma audiência de notáveis, representando os meus sessenta e um colegas recém-empossados.
                  A cada dia que se seguirá, nós experimentaremos a nobreza do ato político, nós lutaremos para dignificar esta Casa, nós aprenderemos a arte da negociação e o valor inestimável da democracia. Nós seremos protagonistas não apenas de ideias, mas também artífices de grandes projetos e torcedores de que cada dia a mais no Parlamento seja um dia de bons frutos no trabalho e grandes mudanças neste País que tanto amamos. 

                  Não foi por amor ao cargo ou vaidade intelectual que deixamos gabinetes acarpetados e escritórios elegantes, nem penduramos togas de juiz e medalhas militares, para nos espremermos – com o perdão da sinceridade – em gabinetes não tão espaçosos, mas repletos de ideias, ideais e uma disposição incrível para a mudança.
                  Se, aos seus olhos, nós somos vencedores de uma disputa cruel, atroz, quase desumana, para nós, vocês, a velha guarda, são os silenciosos construtores de um País de futuro brilhante. Um país que precisa de mentes capazes de planejar o seu futuro, pensar o seu amanhã e fazer com que esta Nação cumpra o seu destino de prosperidade e paz.
                           Desse novo time de “amadores”, esperem lealdade, idealismo, garra para vencer e um traço comum: um sentimento intenso de amizade e respeito criado na breve convivência do curso de formação, ou, antes mesmo, na luta pela nomeação.
                  Imaginava que meu primeiro dia de Câmara – o dia da posse – fosse apenas de sorrisos, mas foi com lágrimas que entoei, no meu coração, o Hino Nacional. O hino que eu e meus colegas empossados, os novatos, cantávamos era o hino da emoção, da gratidão, da sensação de que tudo o que fizemos até hoje – a luta, a batalha, o choro, as renúncias – foram muito pouco perto das lutas que estamos dispostos a travar, nesta Casa, em nome do Povo brasileiro, a serviço de cada um dos Senhores Nobres Deputados. Porque só nós sabemos que, mesmo com todas as suas imperfeições, o Parlamento é o guardião da Democracia. E todos nós sabemos que, na condição de meros ghost writers, nosso papel será pensar, agir, influenciar e, assim, contribuir para a arte do possível no processo legislativo brasileiro.
                  É verdade que a nossa participação se dará na qualidade de figurantes, que na acepção da palavra “é o personagem que entra, sem falar". Só que, mesmo mudos, ruidoso será o silêncio dos que não querem a glória pessoal, mas a glória de seu País. 
                  Lembremo-nos sempre: a vida pede coragem! Sejamos fortes, sigamos em frente e que Deus nos abençoe!
Muito obrigada.

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