sexta-feira, 26 de junho de 2015
Dicas de redação para concurso - Por Jairo Luis Brod
1. Esse tema não é da alçada dos parlamentares, seja de um deputado federal ou de um senador.
O termo seja não pode ser utilizado sozinho ou ligado a outra conjunção (como "ou"). Traduzindo: sempre que utilizar seja para exemplificar alguma coisa, lembre-se de que é necessário duplicar o termo. A razão está na harmonia e no paralelismo linguístico que o termo seja empresta à frase. Sem ele, a frase fica capenga, sobretudo se a lermos em voz alta.
Correto: Esse tema não é da alçada dos parlamentares, seja de um deputado federal, seja de um senador.
Incorreto: Esse tema não é da alçada dos parlamentares, seja de um deputado federal ou de um senador.
Correto: Seja uma vez por semana, seja uma vez por quinzena, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.
Incorreto: Seja uma vez por semana ou por quinzena, o importante é manter a frequência de publicações no seu blog.
Correto: Pedro e Mariana gostam de viajar, seja para lugares aqui do Brasil, seja para locais lá do estrangeiro.
Incorreto: Pedro e Mariana gostam de viajar, seja para lugares aqui do Brasil ou lá do estrangeiro.
Correto: O parlamentar fluminense sempre está na lista dos "Cabeças do Congresso", seja na condição de articulador/negociador, seja como debatedor/formulador.
Incorreto: O parlamentar fluminense sempre está na lista dos "Cabeças do Congresso", seja na condição de articulador/negociador ou como debatedor/formulador.
2. O planejamento estratégico da Câmara dos Deputados passa por um período de muitas transformações, onde conceitos estabelecidos de administração estão sendo continuamente revisados.
O pronome onde expressa a noção de lugar, portanto, é preciso tomar cuidado para não utilizá-lo em contextos diferentes. Quando não houver indicação de lugar, prefira utilizar em que ou no qual e suas variações.
Correto: O planejamento estratégico da Câmara dos Deputados passa por um período de muitas transformações, em que (ou no qual) conceitos estabelecidos de administração estão sendo continuamente revisados.
Incorreto: O planejamento estratégico da Câmara dos Deputados passa por um período de muitas transformações, onde conceitos estabelecidos de administração estão sendo continuamente revisados.
Correto: O conteúdo acompanha esse novo comportamento, em que empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.
Incorreto: O conteúdo acompanha esse novo comportamento, onde empresas e consumidores estão em pé de igualdade, trocando informações e experiências.
Correto: O time de Dunga na Copa América está sendo montado ao longo da competição, em que sobram jogadores esforçados mas escasseiam talentos.
Incorreto: O time de Dunga na Copa América está sendo montado ao longo da competição, onde sobram jogadores esforçados mas escasseiam talentos.
Correto: As cortinas foram rasgadas pelos manifestantes, nas quais ainda tiveram o desplante de redigir com spray branco: "morte aos burgueses".
Incorreto: As cortinas foram rasgadas pelos manifestantes, onde ainda tiveram o desplante de redigir com spray branco: "morte aos burgueses".
3. O tiro acertou a táboa pintada de amarelo.
A palavra tábua tem sua origem na palavra em latim tabula, devendo ser escrita com u, não com o. Táboa, por isso, não é forma aceita pela linguagem formal, pois que o registro dela é típico da comunicação mais descuidada. Existe ainda, a conhecida tauba da deliciosa música Tiro ao Álvaro, de autoria de Adoniran Barbosa, imortalizada pelos inigualáveis Demônios da Garoa e pela Pimentinha Elis Regina. Claro que a forma tauba é uma licença poética do compositor que cantou o Brás e o Bexiga. Ele inseriu a palavra na canção para reproduzir com fidelidade a língua falada pelos nativos paulistanos. Assim, cabem táboa e tauba no falar cotidiano. Mas, na escrita e nos salões mais elegantes, a preferência deve recair em tábua.
Desse modo:
O tiro acertou a tábua pintada de amarelo.
4. Osvaldo comprou duzentas gramas de mortandela.
Há aqui dois equívocos. O primeiro deles é a confusão de gêneros masculino e feminino quando mencionamos o peso de algum alimento. O correto para peso são duzentos gramas, no masculino, pois a palavra grama é masculina: o grama. O gênero se mantém inalterável independente do substantivo que acompanha o termo – trezentos gramas de chocolate; setecentos gramas de carne. O termo "grama" no feminino é referente à planta rasteira, então quando você pede "duzentas gramas" na verdade está pedindo duzentas folhinhas de grama, rss.
O segundo engano é com relação à mortandela. A palavra se origina do italiano mortadella, com dois ll e sem o n. Na tradução para o português, o termo perdeu um dos ll, ficando apenas com um: mortadela.
Assim, a frase acima deve ser reescrita para:
Osvaldo comprou duzentos gramas de mortadela.
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