sábado, 27 de junho de 2015

A importância da palavra-chave no concurso público


Sabe aquele balão que a gente usa para dizer coisas nas revistas em quadrinhos? Eles podem ser um grande aliado da sua redação. Use-os para identifica cada palavra-chave dos textos que você lê. Em primeiro lugar, leia bons textos. Depois, circunde as palavras chaves, aquelas que estruturam a linha de raciocínio do que você quer dizer. São palavras que dão o sentido, criam a relação entre os termos, estabelecem a coerência e o nexo casual. Essas palavras estão presentes em qualquer texto. Elas praticamente saltam aos olhos. Se vamos falar sobre publicidade infantil, seguem algumas palavras chaves:
1) Persuasão
2) Venda de produtos
3) Manipulação
4) Lucro
5) Técnicas publicitárias
6) Mercado infanto-juvenil
7) Direitos do consumidor
8) Influência da mídia
9) Consumo exacerbado
10) Educação para o consumo

Não fica simples agora costurar com estes termos uma redação que explique como a publicidade influencia nas decisões de consumo das crianças? Esta pode ser a sua tese.
E a partir daí, siga os conectivos:

1) Se o conceito censitário de publicidade....
2) Faz-se preciso, no entanto, que...
3) Em contraposição a esses avanços...
4) Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos...

A palavra chave concurso público



Veja no exemplo desta redação nota 1000 do Enem, extraída de O Globo:

Redação de José Querino de Macêdo Neto, 17 anos, de Maceió, Alagoas

"Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos estilísticos da linguagem, a exemplo da metáfora e das frases de efeito, como atrativo na vendagem de produtos, a manipulação de instrumentos a serviço da propaganda infantil produz efeitos que dão margem mais visível ao consumo desnecessário. Com base nisso, estabelecem-se propostas de debate social acerca do limite de conteúdos designados a comerciais televisivos que se dirigem a tal público.

Faz-se preciso, no entanto, que se ressaltem as intenções das grandes empresas de comércio: o lucro é, sobretudo, ditador das regras morais e decisivo na escolha das técnicas publicitárias. Para Marx, por exemplo, o capital influencia, através do acúmulo de riquezas, os padrões que decidem a integração de um indivíduo no meio em que ele se insere — nesse caso, possuir determinados produtos é chave de aceitação social, principalmente entre crianças de cuja inocência se aproveita ao inferir importâncias na aquisição.

Em contraposição a esses avanços econômicos e aos interesses dos grandes setores nacionais de mercado infanto-juvenil, os órgãos de ativismo em proteção à criança utilizam-se do Estatuto da Criança e do Adolescente para defender os direitos legítimos da não-ludibriação, detidos por indivíduos em processo de formação ética. Não obstante, a regulamentação da propaganda tende a equilibrar os ganhos das empresas com o crescente índice de consumo desenfreado.

Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais estimular o senso crítico a partir do debate em escolas e creches, de forma a instruir que as necessidades individuais devem se sobrepor às vontades que se possuem, a fim de coibir o abuso comercial e o superconsumo."

Conclusão, antes de escrever ou consumir, reflita!

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