quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A melhor foto, o melhor concurso

A Internet tem essa vantagem de ser a televisão de cada um. Finalmente a gente pode ter o nosso próprio canal de televisão, e montar a programação que você quer. Isso é viciante, a mente mergulha num ópio virtual e acha que nunca sabe o suficiente, que sempre está perdendo alguma coisa de bom, sem falar no exibicionismo muitas vezes hilariante do Facebook. Já falamos sobre isso em um dos últimos posts, a melhor receita é “moderação”. Mas o que é mais incrível da Internet é que somos vários em 1, ainda que não sejamos nada de importante, ou alguém em especial.
Tenho um amigo que sabe tudo sobre informática e telecom. Mas ganha muito dinheiro com um blog. Sabe tudo sobre carros. Virou jornalista. Eu, como jornalista de origem, nunca vou virar engenheira, mas o desejo de ir além também me contaminou diante das facilidades da minha televisão pessoal: hoje adoro fotografia, impulsionada pelo meu aplicativo Instagram. Mas isso, eu admito, não ajuda muito a focar a mente e limpar a agenda para um bom dia de estudo. Postar fotos no Instagram é mais uma atividade para mentes poucos contemplativas e muito aflitas com a ritmo da modernidade: é tudo o que não precisamos num preparação para concurso público. Mas um post na Internet sobre fotografia me falou muito sobre como estudar para um prova de redação para concurso.
São poucas dicas, e o site esta em inglês. Mas a imagem que emerge é interessante, colorida e atraente, e nos inspira a pensar como agir diante do desafio de uma preparação para uma prova dissertativa.

1)   Segure do jeito certo

A primeira dica: segure de verdade o que você está fazendo. Apoie a “câmera” de modo que ela não fique frouxa ou zanzando na sua mão, e que as suas fotos não fiquem trêmulas ou passem uma impressão ”vacilante”. Ou seja, quando abraçar um concurso público, abrace de verdade. Tenha certeza do que você está fazendo, dedique o tempo certo para este estudo, não deixe a sua determinação ser uma cena borrada. Simplesmente, tenha firmeza a sua decisão. Use as duas mãos, e a sua perspicácia, para encontrar o equilíbrio ideal, e, principalmente, mantenha o controle do que está fazendo.

2) Aproxime-se

Indecisão, medo, falta de coragem (determinação), há diferentes razões para que a gente mantenha-se distante do que nós realmente queremos. O site diz: “se a sua foto não está boa o suficiente, aproxime-se”. Lembra-se da foto "O beijo do Hotel de Ville"? Aquele instante maravilhoso, o momento único e distinto, a nitidez e os detalhes a gente só apreende chegando perto, olhando com cuidado, parando para pensar – e para observar. Dê um “zoom” e aproprie-se da cena, construindo uma história sobre aquela reunião de píxels que ali está. A riqueza é o detalhe. É você que dá sentido, conforme o enquadramento em que se posiciona dentro da foto. Fragmente-se, a vida é feita de instantes! E tudo fica mais claro quando cortamos a distância e entramos de verdade na cena. Seja específico nos seus estudos. Veja de perto o seu tema. Aproxime-se da sua realidade, toque os seus livros, foque onde é importante, limpe a sua fotografia dos excessos e lugares-comuns, busque a informação crucial, o enquadramento não perfeito, mas único. Aquele que só você pode dar.



3) Luz! Câmara! Ação!

Não entre numa sala escura quando você decide eternizar na sua vida uma estabilidade professional, ou seja, passar num concurso e não se preocupar mais com “o daqui para frente” da sua carreira. Afinal, é disso que tratamos. Queremos um concurso para que todos os dias sejam iguais, era como se todas as noites virassem dias, e os dias continuassem dias… Colocar luz no seu caminho é exatamente a sabedoria dos bons fotógrafos: aprenda a analisar, dosar e buscar a luz certa para o que você está fazendo: pode ter sombra, pode ter efeitos especiais, pode ser filtro, pode ser mais claro ou mais escuro. A diferença é que você irá controlar a quantidade de luz (ou estudo, esforço, clareza) para cada minuto da sua preparação. Tudo isso é simbólico, claro. Se você estiver consciente de que não tem as condições que precisa para iluminar o que está fazendo, busque recursos artificiais, crie os recursos necessários para “ver” com mais clareza, para agir com assertividade e determinação. Ou seja, gere luz ao seu redor, para que o processo de preparação para um concurso público não seja uma aventura assustadora numa câmara escura, em que você não tem a menor ideia de onde está nem do que você está fazendo.

    4) Sorria, sorria, sorria

Nunca espere o momento perfeito para “clicar” o seu objeto de interesse. Tente agir com espontaneidade, faça tudo com mais leveza. E tenha o olhar atento. As melhores fotografias são aquelas tiradas no susto, sem grandes preparações, fruto da astúcia de um observador, mas que não busca uma perfeição que jamais será alcançada. Geralmente, estão no antes e no depois. Curta cada instante da sua preparação. Não almeje a hora perfeita, as condições ideais, nem o tempo necessário para começar… isso não existe. Faça de cada instante uma oportunidade para estudo, para treinamento, para aprendizado no processo endógeno de ser um estudante de concurso. Não limite a sua aprendizagem ao “metro quadrado” da sua mesa de estudo. Esteja onde estiver, abra o seu livro quando der, faça esquemas e diagramas mentais sobre o tema da redação do dia (que você escolherá e estudará, pesquisando na internet temas principais e argumentos) e prepare-se para ser surpreendido pela espontaneidade da vida.

Mudando o canal da minha “televisão digital”, encontrei uma pseudo justificativa para aproximar fotografia e concurso público: o desejo de eternizar! 

O fotógrafo tem a mesma função do poeta: eternizar o momento que passa.

Mário Quintana

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