segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A hora certa de escrever – e não (ins)crever-se – no concurso público



A hora certa de escrever – e não (ins)crever-se  – no concurso público


Somos todos um pouco disléxicos. Nem sempre a nossa mente acompanha o ritmo físico de nosso corpo, e parece haver um abismo entre o que lemos e o que, de fato, entra pelas duas pequenas janelas com as quais captamos quase 80% do mundo à nossa volta, ou seja, a visão. Dislexia tem a ver com dificuldade de compreensão, ou apreensão, ou, meio como se diz no popular, é quando a gente pega no tranco! A minha dislexia às vezes é diferente: as ideias vêm tão rápidas na cabeça... quanto se vão! Nem toda a destreza de “taquígrafo” digital dá vazão a esse expoente de palavras que brotam de um discurso, de uma narrativa, de uma imagem ou um encontro que acabamos de viver. Simplesmente quero escrever sobre tudo... mas daí a colocar algo no papel, existe uma grande folha em branco. 

concurso público


Não há uma hora certa para escrever, nem jeito certo, nem técnica infalível, mas há um o momento certo: um oportunismo de ladrão que faz com que as coisas simplesmente aconteçam.
Tá difícil de soltar a “caneta”? Então faça quando a emoção ainda escoa caudalosa torrente de emoções que simplesmente estão lá.  Traduzindo: escreva na hora que o café ainda está quente, o defunto ainda não esfriou e a memória não é requisitada a vasculhar o que virou passado. Escreva no presente, mas não necessariamente na primeira pessoa. Escreva como uma prosa, seja um pouco Fernando Sabino, distancie-se de você mesmo e, sorrateiramente, conte a sua própria história como um mero espectador.
Se escrever é prática, ser coerente é domínio e disciplina é tudo, faça você mesmo seu curso de redação para concurso: a partir de uma experiência que tenha vivido naquele dia, dê-se trinta minutos e escreva. Alargue o tema, reflita um pouco sobre ele, dê um Google e crie um ou dois argumentos. Mas, sobretudo, escreva com fluidez, como um leite que derrama. Não pense muito, escreva! Esse exercício pode ser feito duas ou três vezes por semana, e é como um aquecimento para a prova dissertativa do concurso que está por vir. Primeiro você alonga os músculos, depois você começa a moldá-los.
A fase inicial de quem ainda não tem a musculatura necessária para uma ótima performance na redação é alongar as ideias, soltar os pensamentos, se permitir e entrar numa rotina em que a disciplina e a frequência são mais importantes neste momento do que regramentos e técnicas de redação. Naturalmente que tudo parece desperdício de tempo para quem tem um edital como um punhal sobre a cabeça, mas não é a força, mas a elasticidade que fará de você um grande cronista. 
Sugira você o tema para o próximo post.
Ou escolha o tema do próximo post sobre redação para concurso: trocadilho ou “O Segredo”?

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