Por Jairo Luis Brod
1. Pilulário, piiiiiiiiiiiiiii, serumaninho
Advertência: para que nenhuma das sete boníssimas almas que me acompanham esbravejem um sonoro piiiiiiiiiiiiiii contra mim, alerto que tanto o extravagante pilulário como este insolente piiiiiiiiiiiiiii não têm — ainda — residência fixa nos dicionários. Pilulário acaba de vir à luz nesta manjedoura. Desconfio, porém, que terá vida vegetativa, cá permanecendo para sempre. Piiiiiiiiiiiiiii já está beirando umas vinte primaveras, o que não quer dizer nada. Enjeitado pelos aurélios, houaisses e sacconis da vida, anda de déu em déu, em endereços e bocas incertas e não sabidas.
Além da ingratidão humana, ambos os serumaninhos... Pausa! Caiu um garfo aqui do lado da mesa. Recomecemos: além da ingratidão humana, pilulário, piiiiiiiiiiiiiii e o adorável serumaninho têm um traço em comum. Os três estão catalogados como uma das ferramentas com que se amplia o vocabulário: o neologismo, processo de criação de uma palavra ou de ressignificação de uma que já exista. Até que permaneça a sensação de estranhamento, elas deverão ser realçadas com aspas — "Pilulário", "piiiiiiiiiiiiiii", "serumaninho" — ou com tipo itálico — Pilulário, piiiiiiiiiiiiiii, serumaninho:
a) pilulário — o sufixo –ário significa, entre outras coisas, coleção: talonário, abecedário, dicionário, pilulário (conjunto de pílulas);
b) piiiiiiiiiiiiiii — onomatopeia (palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada) de sinal fraco ou inexistente de televisão; o neologismo inspirou nova acepção do termo, o de substituto gráfico ou auditivo de palavra cabeludíssima, cuja pronúncia ou escrita despudorada poderia ferir olhos e ouvidos bonitos, pudicos e domésticos;
c) serumaninho, divertida criação do humorista Marco Luque — ex-CQC, atualmente em impagáveis aparições no "Altas Horas", do Serginho Groisman —: bichinho, plantinha ou pessoinha fofa. Surfando no sucesso do novo vocábulo, Lucas Lucco (que não é parente do Marco Luque) até já emplacou sucesso homônimo no hit parade (existe ainda?!): "Só sei que somos dois serumaninhos/Que delícia é ficar agarradinho...".
2. As deputadas #mesmo escreveram o discurso.
No sentido de se representar em pessoa e em construções reflexivas, o adjetivo mesmo varia em gênero e número quando se seguir a substantivo ou a pronome. Equivale a próprio:
As deputadas mesmas (próprias) escreveram o discurso.
Ele mesmo (próprio) foi até à sala e abriu a porta para o vendedor.
O diretor mesmo (próprio) é quem entrevistou os candidatos à vaga anunciada.
De tanto insistir, acabou conquistando o primeiro emprego por si mesma (própria).
A mim mesmo (próprio) não interessa ganhar muito, mas sim gostar do que faço.
3. Não vejo nenhum #impecilho em atender à recomendação do Ministério Público.
O sinônimo de estorvo, obstáculo, impedimento, dificuldade, entrave e empeço é empecilho e não #impecilho. Para não esquecer: empecilho é o mesmo que empeço:
Não vejo nenhum empecilho em atender à recomendação do Ministério Público.
Empecilhos? Devem ser bem-vindos, pois assim valorizamos nossas conquistas.
Certamente irão surgir muitos empecilhos até que esta lei seja plenamente aplicada.
4. Talvez eu #abre uma exceção em receber os formulários fora do prazo.
Talvez, embora e negar que exigem que o verbo esteja no modo subjuntivo.
Talvez eu abra (e não "abre") uma exceção em receber os formulários fora do prazo.
Embora estivesse acamado (e não "estivera"), o parlamentar fez questão de conceder a entrevista aos meios de comunicação de sua cidade.
Negou que tenha (e não tem) alguma participação acionária nas citadas empresas.
Depois da prisão em flagrante, negaram que sejam (e não são) traficantes de maconha.
Se não estivermos muito cansados, talvez cantemos (e não "cantaremos) à noite.
Embora vá ser preso (e não "vai"), não cogita contratar um bom advogado.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Tartus fica a mais de dez mil quilômetros de Brasília. Mas o que acontece no centro do poder política da capital parece ser uma apatia tão grande quanto a dos habitantes de Tartus, no que diz respeito à guerra na Síria. Parece que Aleppo e Tartus não pertencem ao mesmo País, assim como parece que a Oi nem é brasileiro e nem está quebrando, tamanha é a apatia das autoridades brasileiras. Ouça no comentário do Papo de Futuro o que há em comum entre Tartus, na Síria, e a empresa Oi, no Brasil, em "O que vai acontecer com os 70 milhões de clientes da Oi?" Mesmo que você não seja um deles, vale a pena conferir.
Afinal, tsunami não atinge só quem está na praia. Saudações a todos!
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
5 projetos de lei sobre telecom para conhecer e debater - temas da atualidade
Brasília parecer ser muito longe do resto do País, mas o que se faz na capital, e no Congresso Nacional, tem a ver com o que você faz na sua cidade. O que eu quero dizer é que os debates na Câmara impactam diretamente o nosso dia-a-dia, porque são as regras que todos, empresas, governo e cidadão vão ter que cumprir. Na área em que atuo, isso é a mais pura verdade. Ouçam neste programa Papo de Futuro, chamado "5 projetos de lei sobre telecom para conhecer e debater" um comentário sobre projetos importante em telecom que devem ser lidos, debatidos e só votados quando houver a certeza de que os nossos direitos estão preservados.
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